Nesta segunda-feira, em apoio à Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do Ministério Público de Santa Catarina, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) e o Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) deflagraram a operação "Caronte". A ação contou com a participação de 118 policiais e teve como objetivo desmantelar uma organização criminosa acusada de crimes contra a administração pública, licitações fraudulentas e lavagem de dinheiro.
O procedimento investigatório criminal foi instaurado inicialmente pela Promotoria de Justiça visando apurar delitos envolvendo a prestação de serviços funerários e, com o surgimento de investigado com prerrogativa de foro perante o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, a investigação passou a tramitar na Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, com o apoio do GAECO e do GEAC.
O cumprimento das ordens judiciais ocorreu nas cidades de Criciúma, Florianópolis, Içara, Itapema, Jaraguá do Sul, Palhoça, São José, além de Itati/RS. Ao todo, foram cumpridos 7 mandados de prisão preventiva, 38 mandados de busca e apreensão, além do afastamento do cargo público de dois investigados. Os mandados de busca e apreensão resultaram na coleta de documentos relacionados a edital de concorrência pública, celulares, dinheiro e outros materiais relevantes.
Os presos foram submetidos ao exame de corpo de delito e serão encaminhados para audiências de custódia. A diligência conta com o apoio técnico da Polícia Científica de Santa Catarina para agilizar a confecção e conclusão dos laudos periciais com a extração das evidências digitais dos materiais apreendidos.
Intitulada "Operação Caronte", o nome faz alusão ao barqueiro de Hades (mitologia grega), que carrega as almas dos recém-mortos sobre as águas do rio Estige e Aqueronte, que dividiam o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Aqueles que não tinham condições de pagar certa quantia, ou aqueles cujos corpos não haviam sido enterrados, tinham de vagar pelas margens por cem anos.
Um dos presos durante a operação é Jeferson Monteiro. Ele seria advogado das funerárias e agenciador. A operação Caronte também prendeu Bruno Ferreira, ex-secretário de Assistência Social de Criciúma, que é atualmente candidato a vereador. Ele era responsável por decisões críticas na época dos fatos investigados. A operação também visou a residência do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, embora sua ligação direta com o caso ainda não tenha sido detalhada pelo Gaeco.
Como a operação ainda está em andamento, novas informações relevantes podem surgir, e serão devidamente atualizadas em nosso site e redes sociais.